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terça-feira, 23 de outubro de 2018

TAO


Certo dia, um aprendiz pergunta ao mestre como seria a prática do Zen. 
Sem se virar, o mestre responde: 

O Zen é o Agir sem Agir, é o Mui (Wei wu Wei, do Taoismo). Esta prática, diária, nos harmoniza com o Tao (Do), nos proporcionando um Regresso Precoce à Fonte. Este Caminho se faz serenamente, sem esforço, sem tensão, sem interferir com o fluxo dos factos e acontecimentos. Wei wu Wei é uma ação Não-Dual.”

“Mas como posso fazer isto sem esforço?”, pergunta o rapaz.

“O principio do Tao é a ação do acontecer por si mesmo: é ser a prática e não praticante, ser musica e não músico, ser observação e não observador. O Tao é algo que não temos como desviar, se podemos desviar, então não é o Tao.” –continua o mestre. “Este principio, não pode ser ensinado através da palavra, apenas sendo a não-ação é possível compreendê-la e assim colhemos seus benefícios.”

“Só você mesmo é que pode experimentar o que te digo: esquece desejo, emoção, esforço; não se oponha ao Fluxo do Tao, a Natureza das coisas e eventos. O Desejo obstrui nossa capacidade de compreender o Caminho, então seja como um riacho a caminhar em direção ao oceano, pacifico e aceitando ser o trajeto; ele vive o seu trajeto, cada momento mas não tenta antecipar vivenciar o oceano. O riacho não se move porque ele assim o deseja, é a sua natureza; assim como o riacho, deixe-se ir em direção ao Tao.”

O jovem novamente pergunta; “Mas Mestre, por que então o estudo e a prática?”

Olhando para o jovem ávido de aprender, o Mestre continua:

“Na verdade, tudo leva a uma caminhada, até o instante em que te descobres sendo o Caminho, então todas as oposições cessam e aí deixa todas as memórias para traz. Tudo, o que aprendeste e o estudo é esquecido, até de ti mesmo; assim como o riacho se dissolve no oceano,tu dissolves-te no Tao. Tudo vem do Tao e para ele retorna, aliás, dele nunca saímos(é como o centro do Baguá, por isso se designa por Tao). 

Então lembre-se, O Caminho que pode ser descrito, não é o Caminho: O Do só pode ser vivido e não há como descrevê-lo. Quem descreve o Caminho, jamais esteve nele; quem está Nele, reconhece quem está.”

Boa reflexão.

Oss.

Baseado nos artigos sobre Zen, Taoismo e Não-Dualidade.