A praça do Martim Moniz vai voltar a ser o epicentro das comemorações do Ano Novo chinês, com o já tradicional desfile na avenida Almirante Reis, onde não faltam dragões, fogo-de-artifício e acrobacia. Mas para a entrada no ano do cão, os organizadores decidiram estender as festividades ao Teatro Nacional de São Carlos.
Todos os anos, a gigantesca diáspora chinesa espalhada pelo mundo – mais de 50 milhões de pessoas – organiza várias comemorações para assinalar o Ano Novo, a principal festa do calendário chinês. Pelo quinto ano consecutivo, a comunidade chinesa em Lisboa juntou-se para comemorar a entrada no Ano Novo. O objectivo, disse o conselheiro cultural da embaixada chinesa em Portugal, Shu Jianping, é “construir uma ponte cultural entre Portugal e a China”.
Ao contrário do que acontece no calendário gregoriano, o Ano Novo chinês é uma data móvel, determinada pelo calendário lunar, e, por isso, as festividades prolongam-se por vários dias e não apenas na véspera. Em 2018, o ano do cão tem início a 16 de Fevereiro, pondo fim ao ano do galo. Na cultura chinesa, o signo assume grande importância, havendo até casos de pais que tentam conceber os seus filhos para que nasçam em anos de boa sorte, e evitem os de azar. Na China, um ano de cão tem um bom significado – o signo está associado à inteligência, lealdade e protecção.
Em Lisboa, os festejos começam a 8 de Fevereiro com um espectáculo no Teatro Nacional de São Carlos, que inclui uma demonstração de artes marciais de um grupo de monges do Templo Shaolin – um mosteiro milenar cujos monges são conhecidos mundialmente pelo treino rigoroso de artes marciais. O espectáculo inclui ainda a participação de vários grupos artísticos chineses, com destaque para uma companhia de dança de uma escola secundária de Macau.
Para a manhã do dia 10 está marcado o desfile que irá percorrer a avenida Almirante Reis, entre a Igreja dos Anjos e a praça do Martim Moniz, onde são esperados os dragões de papel, danças, tambores e acrobacias. Ao longo do fim-de-semana, o Martim Moniz transforma-se num mercado chinês, com venda de artesanato e objectos típicos. De tarde, nos dois dias, a praça irá também ser palco de um espectáculo protagonizado por três das companhias artísticas que participaram no evento no Teatro de São Carlos.
Para além de Lisboa, há festejos do Ano Novo chinês marcados para Lagoa, no Algarve, e Póvoa de Varzim, que pretendem atrair os mais de 20 mil chineses actualmente a residir em todo o país.
Embora falando em causa própria, Shu disse que, “apesar de ser um país e uma comunidade pequena, as celebrações em Lisboa são das melhores do mundo”, durante a conferência de imprensa de apresentação dos festejos, esta quinta-feira. O responsável diplomático garante que as celebrações têm sido cada vez mais seguidas na China, onde, por exemplo, foi transmitido o desfile do ano passado através da televisão estatal.
O objectivo da comunidade chinesa em Portugal é continuar a expandir as celebrações do Ano Novo. O conselheiro da embaixada deixa um desejo mais ambicioso: “Esperamos que, no futuro, o desfile possa percorrer a Avenida da Liberdade.”
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