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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Significado da Páscoa, para além da cunho religioso?


A Páscoa
A própria base da tradição cristã é pagã, panteísta e ecológica. As principais datas do calendário cristão são adaptações de festividades não-cristãs dedicadas à celebração do Sol e dos ciclos naturais.

A Páscoa, por exemplo, é comemorada perto do equinócio da primavera, no hemisfério norte, e do equinócio do outono, no hemisfério sul. Nesta época do ano, a noite e o dia têm a mesma duração. A partir da época da Páscoa, o equilíbrio entre a luz e a sombra é rompido a favor da luz solar, no hemisfério norte. Por isso, tradicionalmente, a Páscoa é vista como o anúncio de um novo começo e como algo que abre espaço para o ressurgimento da vida em todas as dimensões da natureza.

Até o século 19, ainda era costume em certas regiões da Europa sair para a natureza na madrugada do dia da Páscoa e assistir ao nascimento do Sol. Havia a convicção de que o astro-rei dançava de alegria nesse dia, logo acima da linha do horizonte, comemorando o novo período anual de predomínio da luz.

Nos países do hemisfério sul, onde a celebração da Páscoa marca a época do equinócio de outono, o momento anuncia a caminhada em direção ao inverno. Neste caso, o renascimento da Páscoa não é um processo físico ou externo. É interior, espiritual. Exige renúncia e aceitação.
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A verdadeira Páscoa ocorre no mundo da alma, e para vivê-la é preciso deixar de lado a avidez por ganhos pessoais, materiais ou sutis. A Páscoa celebra o renascimento interior que vem depois de o eu pessoal tomar a decisão de deixar de comportar-se como se fosse o centro único do universo. Isso ocorre porque ele descobriu a bênção eterna que há além das ilusões pessoais de curto prazo.
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Os ovos de Páscoa são herança dos festivais pagãos da primavera do hemisfério norte. Eles simbolizam o renascimento da vida em toda sua variedade. Já a presença do coelho nesse “festival de renascimento” pertence à cultura egípcia. A lebre era símbolo da fertilidade e representava a periodicidade dos ciclos naturais da vida. Segundo a tradição, o coelho escondia ovos de Páscoa para as crianças procurarem.
As crianças estão ligadas à Páscoa porque são símbolos indiscutíveis do recomeço da vida. Internamente todo ser humano é como uma criança até o final da sua existência, porque há nele algo que está sempre renascendo. Quando o indivíduo passa a ser consciente disso, ele vive mais diretamente a primavera permanente que se oculta em cada uma das quatro estações do ano. E isso não é tudo. Ele também vive com mais eficiência o ciclo maior das quatro idades de uma vida completa.